Olá, irasshaimassê. Seja bem-vindo ao meu sushibar. Por que sushibar? Ah, sei lá, na verdade queria abrir um boteco, mas como estou aqui no Japão decidi que será um sushibar mesmo. O blog é meu, posso chamá-lo como quiser, não é? ;-)
E aí, vai um sushi? Uma cerveja?
Aviso aos clientes: servimos também pizza, acarajé e salsicha wurst, pois o blogueiro-sushiman morou também em São Paulo, Salvador e Frankfurt.
Esta é pra quem acha que no Japão só tem comida leve, saudável e sem gordura. Bom, pelo menos nas unidades do McDonald's aqui, não é isso que acontece. Já é uma tradição o lançamento temporário de lanches "mega", que são versões mais altas, mais parrudas do Big Mac.
Neste inverno lançaram não um, mas dois de uma tacada só, e com nomes bem curiosos: o MegaTamago e o MegaTomato. Como os nomes já indicam (tamago = ovo), são Big Macs com uma "sustância" a mais: um hambúrguer, bacon, ovo ou tomate.
E, como ninguém é de ferro, fui dar uma mega-experimentada também. Mandei ver um MegaTamago e posso dizer que é uma boa; bom praqueles dias em que a gente está se sentindo meio junk, sabe? rss...
E eu ainda achei um barato o ovo em formato cilíndrico que eles põem no sanduíche!
Minha mensagem de Natal vem ilustrada com o cartão que achei a cara do blog, vários papais-noel em um restaurante kaiten-zushi-noel. Como a mensagem em nihongô diz, que no ano que vem as coisas boas venham uma em seguida de outra.
Boas festas para todos, aproveitem bem, confraternizando com as pessoas queridas e descansando.
Particularmente não estarei descansando muito, pois Natal aqui não é feriado. Então, o dia é de trabalho normal para mim. Aproveitem por mim, ok?
Tem coisas que acontecem que é até difícil de acreditar. Outro dia recebi um email de uma produtora da Endemol australiana, que gostaria de obter autorização para utilizar um vídeo meu - aquele da máquina dosadora de cerveja do aeroporto de Narita.
Pois é, eu tinha uploudado o filminho no YouTube e a moça se interessou. Agora ele vai aparecer no Friday Night Download, um programa da TV australiana que mostra vídeos curiosos da web, em um tal de canal Ten.
E olha que ainda me rendeu uma graninha boa, e isso é sempre bem-vindo né.
Bom, aí vai o vídeo do querido Sakura Lounge da JAL de novo:
Ainda não foi desta vez que a final do Mundial de Clubes não fica entre um sul-americano e um europeu. Mas que joguinho feio, perdi tempo vendo aquilo.
Um pouco insólito o jogo de ontem: estava em campo o time da Mitsubishi, jogando no estádio da Nissan, por um torneio da Toyota. Explico: O nome da arena é Nissan Stadium - mas para este torneio, que tem patrocínio da Toyota, ele foi alterado para Estádio Internacional de Yokohama.
E gozado seria se alguém do Urawa Reds ganhasse o prêmio de melhor jogador da partida: um Toyota Prius. Porque a equipe dos red diamonds é o time da Mitsubishi, como se sabe. Um pouco confuso não?
E em ritmo de Campeonato Mundial de Clubes aqui em Yokohama, vimos sem querer o ônibus que leva o time do Milan para os treinos e para os compromissos de marketing deles.
Houve uma convenção da minha empresa no Royal Park Hotel - hotel mui chique por sinal, e é onde estão hospedados Kaká, Emerson e cia. Lá vimos, como de praxe, muitos fãs esperando os jogadores do lado de fora do hotel.
O Milan que se cuide, porque vão pegar o Urawa Reds - que, apesar de ter perdido a J-League mais ganha da história, está com o time azeitadíssimo. Venceram a Liga dos Campeões da Ásia de forma até que fácil e vêm com tudo - e com os brasileiros Washington e Marcos Túlio.
É amanhã, deve ser um jogaço. Ah, e o vencedor pega o Boca na final.
Ah sim, sinuca também combina com férias. E por sorte também estive em Guarulhos bem no dia da inauguração do Santo Taco Snooker Bar, o novo point na avenida Paulo Faccini. Mauricio como sempre salvando a pátria, nos avisou e ainda tirou várias fotos e vídeos com o novo celular dele.
O lugar tem tudo pra dar certo, tudo feito com capricho. Ambiente confortável e moderno, cardápio correto, atendimento simpático (um dos garçons me contou que todos trabalhavam em um bingo antes, que bizarro). Mesas tipo snooker na frente e tipo nine-ball no ambiente de trás. E eu nunca tinha jogado sinuca com mesas e tacos "virgens" ;-) olha só que legal.
Rolou até um show de sinuca-artística com um ex-campeão mundial, um senhor argentino do qual infelizmente não me lembro o nome. Tudo bem vai, o show pareceu uma mistura de Rui Chapéu com A Praça é Nossa, mas foi divertido!
Nestas férias, além de visitar família e amigos, fiz algumas coisas que estava com muita saudade: botei umas havaianas, passei na banca cedo, comprei um jornal, e na padaria pedi pro Vampeta (o cara continua lá) uma média e um chapado. Bom, muito bom.
A pedidos do Afonso passei também na feira, onde tomei garapa e comi pastel por ele...
Boteco na esquina com mesinhas de ferro na calçada, com o sempre companheiro Shigão, hehehe.
Até no jogo do Verdão consegui ir com o mano Mauricio, por incrível que pareça o jogo Palmeiras x Fluminense tinha sido adiado e aconteceu bem quando estive lá. Como sou pé quente, claro que vencemos. O problema é que, do mesmo jeito que no GP do Japão este ano, caiu um pé d'água daqueles no Palestra...
Bom, férias no Brasil é sinônimo de churrasco com os amigos, não pode faltar. Se for com a turma da faculdade, melhor ainda. Neste ano levei até um apetrecho especial aqui do Japão: um tonelzinho de saquê de 1,8 litros lá da terra onde eu morava antes, Hiroshima. A marca, Kamotsuru, uma das mais conceituadas - e cujo nome homenageia os tsurus (cegonhas) da região de Kamo.
O tonelzinho é do estilo daqueles barris (tarú) de 36L ou 72L feitos de palha de arroz, mas em tamanho miniaturizado. O que não deixou de garantir a diversão do pessoal. A valvulinha funciona que é uma beleza, e rolou até vira-vira de saquê no final. Eita!
Kamotsuru saikô! (a frase que todos aprenderam no churrasco...)
Infelizmente perdi as fotos, como tinha falado abaixo, então surrupiei umas fotos do site oficial da birita para ilustrar este post. Fica aí a dica para um bom presente para levar ao Brasil daqui do Japão.
E por que de repente esse post abaixo sobre a tal fábula? É que existe uma expressão em japonês, "Urashima Taro ni naru", que quer dizer "virar Urashima Taro". Isto significa passar muito tempo longe de casa, e ao voltar, estranhar as coisas e ficar em dúvida onde é mesmo sua casa agora.
E aconteceu algo parecido comigo nesta minha viagem para o Brasil. Estranhei o trânsito de São Paulo, o clima maluco, as filas que não andam - enfim, coisas normais né. Mas vi também muitas coisas que mudaram: as fachadas limpas dos prédios (graças à Lei Cidade Limpa), muitos carros coreanos na rua, Blockbuster virando Lojas Americanas. Me tornei um pouco como o venerável Taro às avessas. Alguns amigos até disseram que estou falando português com sotaque.
Fora metade das piadas que não entendi (é, eu não assisti Tropa de Elite ainda) e algumas gírias novas. Tipo aquela do causar: "Fulana causou na festa de Sicrano." Causou o quê afinal? Socorro, transformaram o transitivo causar em intransitivo!
Puxa vida, e já senti esta diferença estando apenas dois anos fora do Patropi. Imagino alguns amigos e parentes meus que estão há anos e anos aqui...
Urashima Taro é uma das mais famosas fábulas japonesas. Ele era um pescador de bom coração, que um dia salvou uma tartaruga que estava sendo cruelmente judiada por alguns moleques na praia. No dia seguinte, uma enorme tartaruga apareceu e como prêmio por ter salvado a pequena tartaruga o levou ao Ryuuguujou, o Palácio do Dragão, que ficava no fundo do mar. Aconteceu de a pequena tartaruga ser na verdade a princesa daquele reino, aliás uma bela moça.
Ele lá permaneceu por alguns dias com a princesa, mas com saudade de sua velha mãe, ele pediu permissão para voltar à sua terra. A princesa lamentou a decisão, mas aceitou, e ainda o presenteou com uma arca que não poderia ser aberta em hipótese alguma. Taro então pegou carona com aquela tartarugona novamente e logo voltou para casa.
Porém, lá, tudo havia mudado. Ele já não reconhecia as coisas, sua casa havia desaparecido, sua mãe morrido, seus conhecidos já não estavam lá. Perguntou sobre o nome Urashima Taro e as pessoas diziam que era um pescador que havia desaparecido no mar 300 anos atrás (!). Perdido e sem rumo, ele não conseguiu pensar em outra coisa e acabou abrindo a arca proibida. Uma densa fumaça branca saiu e ele envelheceu de repente - seus cabelos caíram, uma longa barba branca apareceu, suas costas se encurvaram.
Então ele ouviu a doce voz da princesa, vindo do mar: "Sua idade estava guardada na arca, avisei para você não abri-la..."
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Sim, é uma triste história. Existem várias versões para ela, e tenho boas lembranças de uma versão brasileira: este simpático comercial da Varig sobre o vôo Brasil-Japão, que fez grande sucesso nos anos 70 e 80. Hoje já não existe nem este vôo, nem a Varig original...
Pois é, barbeiragem, comida de bola, bobeada mesmo. Fiz uma besteira daquelas e perdi tudo o que tinha no cartãozinho de memória da minha câmera. Perdi todas as fotos que tirei no Brasil! Que zica!... (T_T)