quarta-feira, junho 25, 2008

O frango-de-fogo

Certa noite decidimos comer outra coisa ao invés do tradicional churrasco coreano. Tentamos entrar em um restaurante descolado, ao que o garçom suplicou: Aqui servimos booldak, é muito apimentado para estrangeiros! Ora, estamos na Coréia mesmo, disse meu colega japonês. Tudo é ardido por aqui. Vamos nessa!

Provamos uma sugestão dada pelo garçom assustado, mas não estava nada ardido. Eram cubos de frango grelhados com molho, e condimentos, com queijo derretido. Não colocamos nenhuma pimenta para vocês, confessou o rapaz. Então nos traga o prato normal, ué - ordenamos.

Ah, se meu estômago falasse... Deve ter sido a coisa mais apimentada que já experimentei na vida. Depois do booldak, a porção apimentada de kimchi que acompanhava se tornou uma simples saladinha, a cerveja se tornou água. Meu colega japonês estava ensopado, num misto de suor com lágrimas que vertiam de seus olhos em chamas. Acho que eu também estava nas mesmas condições...

Ganbarê (Vamos nos esforçar!), dizia meu colega. Mas conseguimos dar conta apenas de meio prato, ao que ele disse cabisbaixo: Maketá (fomos derrotados)...
Depois dessa sessão de masoquismo-gourmet, fui conferir o modo de preparo do booldak: pega-se filé de frango grelhado, corta-se com uma tesoura em pedacinhos. Cada pedacinho é envolto em uma graxa, uma pasta avermelhada que fica em uma bacia. Leva-se ao fogo. A graxa derrete um pouco e cai no fogo, provocando labaredas enormes. A tal da graxa é um verdadeiro combustível!


O nosso amigo garçom ficou até feliz que comemos meio prato. Ele ainda nos avisou que tem uma filial da loja aqui no Japão, em Shibuya, caso quiséssemos repetir a dose em casa. Eu hein.
Contamos nossa aventura para nossos colegas da filial coreana no dia seguinte, e eles não conseguiam acreditar. Nem coreanos comuns conseguem encarar o booldak. A tradução para booldak: frango-de-fogo.


Vivendo e aprendendo...

Museu do kimchi

O kimchi é um ingrediente coreano bem apreciado no Japão também. Aqui aprendi a apreciá-lo como companhia para cervejas geladas. Trata-se de verduras como acelga e repolho recheadas de condimentos e pimentas e curtidas em conserva. Sao usados desde tempos pré-históricos na Coréia, sendo importante fonte de sobrevivência para aquele povo - principalmente no inverno rigorosíssimo que há por lá. No processo de fermentação ocorre o surgimento de lactobacilos, que são benéficos para a saúde. Sabe, aquele do Yakult? É, aquele mesmo.


Como eu sei de tudo isso? É que eu visitei o Museu do Kimchi, e estou me achando uma sunidade no assunto... hehe.

Vi que existem vários tipos de kimchi, inclusive de caqui, de frutos do mar... No inverno o comum era se enterrar o kimchi para que ele não se congelasse. Parece que dentro da terra a temperatura se mantinha como ideal. Militares ingleses ao verem a turma comendo coisas da terra, taxou-os de selvagens que comem terra; mas depois que viram do que se tratava, consideraram os coreanos um povo inteligente que guardava verduras para o consumo no inverno.
Hoje em dia, nas lojas de eletrodomésticos, existem geladeiras específicas horizontais que servem para o estoque desse produto. Sim, eles não compram no mercado, costumam produzir em casa mesmo, até hoje.



Aprendi que no início o kimchi não era vermelho. O vermelho vem da pimenta vermelha mexicana (!), que chegou aqui depois de passar por Europa e Japão (!).


E achei interessante a analogia feita entre o kimchi coreano, o umeboshi japonês, o pickles americano e o sauerkraut alemão. Se for ver bem, é tudo a mesma coisa, mesmo. Só que o kimchi é o único que é ardido. E bota ardido nisso.

Trânsito coreano

Lembra muito o trânsito de São Paulo, com seus congestionamentos nas avenidas expressas e nas marginais do rio Han. É, lá tem marginal também. A diferenca é que o Tietê/Pinheiros deles é mais largo e tem águas limpas...

Em certos bairros com ruas mais estreitas, o fluxo também é grande. Mas aí eu acho que o trânsito é igualzinho ao de Bangkok. Mas, ao inves de elefantes, tuc-tuc e picapes, apenas sedãs de luxo coreanos e alemães. Com motores de no minimo 2.5L. E novos.

Annyonheghaseyo! (*)

De volta.

Sim, estive na Coréia novamente na semana passada. Terra dos telhados azuis e gravatas cor-de-rosa.
Telhados azuis, porque é o que mais vi da janela do avião. Tinha até confundido com piscinas...E gravatas cor-de-rosa, que parece ser o último grito da moda por la. Todos usando gravatas róseas, pink ou salmão. Estranho...


(foto tirada a esmo, no centro empresarial COEX)

Mas que continua sendo um país surpreendente. A cada vez que volto para Seul sinto que as coisas lá se desenvolvem a um ritmo palpável, impressionante mesmo.
E desta vez usei um vôo Haneda-Gimpu, que são similares ao nosso Congonhas para Tóquio e Seul, respectivamente. Bem cômodo, pois ambos os aeroportos estão dentro da cidade, bem mais fácil de se chegar do que os Narita e Incheon.

O problema é o terminal internacional de Haneda, que parece um "puxadinho" meia-boca. Está em obras e parece que vai ficar pronto para 2010, atendendo vôos internacionais para o Sudeste Asiático a partir de Tóquio. Mas, por enquanto, está muito apertado. O interessante deste terminal é que os fingers ficam do outro lado da avenida. Então entramos no avião, passamos com ele por uma ponte acima da avenida, e decolamos nas pistas lá do outro lado. Legal.

(*) Olá, em coreano.

quarta-feira, junho 04, 2008

Dragon Boat Race em Yokohama


Montamos um time na empresa para participar na corrida de barcos Dragon Boat Race, que aconteceu no sábado na Baía de Yokohama, bem em frente ao Parque Yamashita.

Essa modalidade vem de Hong Kong, onde é tradicional, e já é praticada em várias cidades no mundo. Em um barco comprido com cabeça de dragão, até 18 remadores levam o barco em frente, ritmadamente. O drummer na frente, bate um tambor ditando o ritmo; o cox, atrás, cuida do leme corrigindo a rota.

Segue um vídeozinho do evento em 2007, que achei por aí.



E estas são fotos deste ano, com chuva e ventos inacreditáveis. Que frio!



O resultado do nosso time? Bem, prometa que não vai dar risada. Não sei se foi por causa das altas ondas, do vento frio ou da total ausência de treinos de nosso time, mas o resultado foi o pior possível. Pelo menos posso dizer que já nadei na baía de Yokohama (até bebi a água)... E ainda deixei um pé de Havaianas por lá...


E o consolo é que só temos a melhorar, no ano que vem com certeza nos sairemos melhor que este ano!

terça-feira, junho 03, 2008

Oktoberfest no Parque Hibiya

Semana passada batemos cartão em outra Oktoberfest (é, em maio mesmo, vê se pode). Foi no Parque Hibiya-Koen, bem em frente ao Palácio do Imperador em Tóquio.


Com esta já conto com 4 oktoberfests no meu currículo: Munique, Yokohama, Tóquio, e a melhor de todas, Blumenau.

Outro dia li que a Alemanha é o país mais exportador do mundo, batendo os EUA este ano. Com certeza estão contabilizando estas festas da cerveja também...

Em Tóquio, além de alemães importados para cantar e servir cerveja, também haviam muitos japoneses estudantes que falavam alemão. Muito legal.

Na foto, um casal de amigos de São Paulo que estavam de passagem aqui no Japão.